Continuação..
Banda exemplo de Visual Kei - Psycho lé Cemu ->
2 - Breve Histórico
Logo no inicio dos anos 70, uma porção de celebridades do rock, do sexo masculino, no Japão, exploraram novas formas de expressão visual, adotando a moda, estilo, adornos e mesmo movimentos do sexo oposto.X Japan parece ser a banda que iniciou isto tudo. Formado em 1982 por Yoshiki Hayashi, compositor, baterista e pianista, e Toshimitsu Deyama, vocalista, debutam como X em alguns álbuns de compilação de heavy metal em 1985 e 1987. Depois, Yoshiki criara a própria banda indie deles e uma própria gravadora, Extasy Records, e X lançam o primeiro álbum, Vanishing Vision, extremamente pesado, mas com algumas melodias lentas agradáveis também (Alive, Unfinished). Em março de 1989, exatamente um ano depois de do álbum Vanishing Vision, X fez um debute como profissionais em uma grande gravadora, Sony Records, com um álbum fabuloso chamado Blue Blood. Mostra o real talento deles, sinceramente, com uma menção especial para a faixa 11, Rose of Pain, clímax do álbum, uma fusão perfeita de rock e música romântica.As cortes imperiais, os reinos milenares, tradições e procedimentos raros, o movimento Visual Rock, cala muito fundo longínquas terras japonesas. Como personagens transformados tecnologicamente de uma obra de Mishima apresentada no tradicional teatro Kabuki, esse movimento tem cada vez mais adeptos no mundo ocidental - a ambigüidade, androgenidade, maquiagem, penteados volumosos, vestimentas femininas e uma produção invejável são o essencial desse movimento que vem crescendo no Japão desde 1985.Reconhecidamente, a sociedade pós-industrial está dando lugar a uma época que requer das pessoas que refinem seus gostos e que se diferenciem umas das outras. Um cético seria rápido em dizer que a tendência ao individualismo e à expressão da própria personalidade é meramente uma intenção proposital de vender produtos e serviços para as pessoas, de forma que se tornem mais refinadas, e num nível mais profundo que foi possível anteriormente. E isso é verdade, mas num nível elevado, as pessoas agora tem a oportunidade de se expressar como desejam, e irão, indubitavelmente descobrir coisas novas sobre o universo. O Visual Kei representa a emergente disposição japonesa de usar a sensitividade existente na era pré-industrial, enquanto usam uma musica que combina pop/rock com a musica barroca e clássica, convidando as pessoas a experimentarem um novo mundo, que tenha possibilidade de vir a ser tão belo e cativante quanto a fantasia que ele representa.O que está em jogo não é nada ideológico. Ninguém pretende derrubar o imperador. A maioria dos jovens de hoje quer apenas a liberdade de viver de acordo com as próprias idéias. Cansados de um sistema que inibe a expressão individual, os novos japoneses estão mostrando que já não são tão iguais. Ao menos, no jeito de se vestir.Os ventos da mudança podem ser sentidos com maior intensidade na capital, Tokyo. Mais precisamente, nas ruas dos bairros de Harajuku e Shibuya, uma vitrine viva, onde estão as maiores concentrações de jovens por metro quadrado da cidade. É nesses tradicionais redutos da moda, que a juventude antenada vai para ver e, claro, ser vista. Quem está lá, dita as regras da moda que vai ser seguida pelos jovens do resto do país. Tanto que os fotógrafos e produtores fazem plantão nas movimentadas esquinas em busca das melhores criações individuais que irão rechear as diversas revistas de moda. "Atualmente, são os designers que vão às ruas observar os jovens para se inspirar na moda surgida no dia-a-dia", diz Mariko Suzuki, editora-chefe da Revista Kera, destinada ao público de até 20 anos. "Mais atentos às novidades, os jovens são os maiores entusiastas da idéia de que cada pessoa pode escolher o que quiser vestir, sem seguir regras ou padrões"Nos últimos anos, o Japão tem criado uma cultura jovem com uma paixão por vestuário e adornos. Isso é conhecido como "cosplays" ou "costume play" e já tem se tornado conhecido no mundo todo (a maioria das pessoas usam cosplay de personagens de desenho animado). Talvez, voltando ao assunto dos dias históricos do Kabuki, os jovens japoneses desejam continuar a tradição de fuga da realidade através da roupa e estilo. No Japão, entretanto, a forma tradicional de arte do Kabuki produziu gerações de atores masculinos que interpretavam papéis femininos, parecendo tão delicados e se movimentando com tanta graciosidade que era difícil distingui-los de uma mulher de verdade. Hoje, uma parte do pop-rock japonês, o movimento "Visual Kei", repete a pratica de seus precursores no mundo Kabuki e tem sucesso em criar uma forma de arte de apelo totalmente visual, que desfruta de muita popularidade.Precisamos aprender a não julgar pelas aparências, são muito poucas as bandas na atualidade, que contam com mulheres em sua formação. Com freqüência as bandas criam uma fantasia muito particular para um álbum, que é usada em revista, sessões de vídeo e apresentações de shows; esta imagem é usada por todos os membros do grupo até a aparição do próximo álbum. Inclusive se uma banda se apresenta com um visual gótico, punk, a surpresa é tremenda na hora de escuta-los, já que deles pode-se ouvir pop, heavy metal, gótico e até música clássica.Também deve-se entender que a imagem que apresentam, nem sempre refletem a vida real dos membros do grupo, simplesmente, não é porque eles se vestem como uma garota, é apenas no cenário que eles se vestem com vestidos; está aqui justamente a inconsistência que faz a separação da encenação "visual", do verdadeiro "gótico" e do "punk" e outras variantes no Japão.
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